quarta-feira, 23 de julho de 2008

Testemunha não confirma participação de ex-motorista de Bin Laden

A testemunha, cuja identidade é protegida, contou ter chegado logo a seguir à detenção e constatado que «vários mísseis estavam num veículo» mas «não pôde dar a certeza de que o veículo (onde estavam escondidos esses mísseis) era o de Hamdan», explicou à imprensa o major Gail Crawford, porta-voz dos tribunais militares de excepção.

Ao início da tarde, um outro militar norte-americano presente no terreno na altura da detenção, e cuja identidade também não foi revelada, foi muito mais assertivo quanto ao facto de que os «dois mísseis», a par de bilhetes de avião, passaportes e dinheiro tinham sido encontrados na viatura do acusado.

Durante este julgamento que deverá durar pelo menos duas semanas, seis juízes militares vão determinar se Hamdan é culpado de «conspiração» e de «apoio material ao terrorismo».

O acusado incorre na pena de prisão perpétua se for condenado por este tribunal de excepção, o primeiro julgamento por crimes de guerra nos Estados Unidos desde a II Guerra Mundial.

O veredicto será decidido por uma maioria de dois terços.

Um responsável militar norte-americano, presente durante a detenção no Afeganistão de Salim Hamdan, não conseguiu confirmar esta quarta-feira, no segundo dia do seu julgamento, que o antigo motorista de Usama bin Laden transportava mísseis

No dia a seguir à decisão do juiz de declarar inutilizáveis as declarações de Hamdan quando estava na Base de Bagram no Afeganistão depois de ter sido detido no final de 2001 por terem sido obtidas «sob forte constrangimento», as partes começaram as suas alegações preliminares.

A propósito das cerca de «600 páginas» de documentos, recentemente desclassificadas, o major Crawford explicou que os «advogados de defesa (não tinham) tido tempo de ver se estes documentos comportavam testemunhas pertinentes».

O iemenita Hamdan, que recebia um salário de 200 dólares como motorista de Bin Laden, foi capturado pelo exército afegão em Novembro de 2001 e entregue logo a seguir ao exército norte-americano.

Em Maio de 2002, foi levado para Guantanamo e, por pouco tempo, converteu-se num dos primeiros prisioneiros a enfrentar acusações de crimes de guerra.

Fonte: Jornal Expresso de 23Jul2008

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