O Estado vai comparticipar a 100% as bombas de insulina e um outro tipo de medicamento também de consumo lento. A bomba custa cerca de 3500 euros, um preço que a deixava fora do alcance de muitos diabéticos.

A comparticipação da bomba de insulina pelo Estado é uma batalha antiga de diabéticos e associações ligadas à doença. Portugal era o único país da Europa que não tinha qualquer apoio para esta terapêutica.

O que é a diabetes?

A diabetes é uma doença crónica que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue e pela incapacidade do organismo em transformar toda a glicose proveniente dos alimentos. À quantidade de glicose no sangue chama-se glicemia e quando esta aumenta diz-se que o doente está com hiperglicemia. Em Portugal, calcula-se que existam entre 400 a 500 mil pessoas com Diabetes.

Que tipos de diabetes existem?

Diabetes Tipo 2 (Diabetes Não Insulino-Dependente) - É a mais frequente. O pâncreas produz insulina, mas as células do organismo oferecem resistência à acção da insulina. O pâncreas é obrigado a trabalhar cada vez mais, até que a insulina produzida se torna insuficiente e o organismo tem cada vez mais dificuldade em absorver o açúcar proveniente dos alimentos.

Este tipo de diabetes aparece normalmente na idade adulta e o seu tratamento, na maioria dos casos, consiste na adopção de uma dieta alimentar, de maneira a normalizar os níveis de açúcar no sangue. Recomenda-se também a actividade física regular.

Diabetes Tipo 1 (Diabetes Insulino-Dependente) - É mais rara.
O pâncreas produz insulina em quantidade insuficiente ou em qualidade deficiente ou ambas as situações. Como resultado, as células do organismo não conseguem absorver, do sangue, o açúcar necessário, ainda que o seu nível se mantenha elevado e seja expelido para a urina.

Contrariamente à diabetes tipo 2, a diabetes tipo 1 aparece com maior frequência nas crianças e nos jovens, podendo também aparecer em adultos e até em idosos.

Não está directamente relacionada, como no caso da diabetes tipo 2, com hábitos de vida ou de alimentação errados, mas sim com a manifesta falta de insulina.

Os doentes necessitam de uma terapêutica com insulina para toda a vida, porque o pâncreas deixa de a produzir, devendo ser acompanhados em permanência pelo médico.

Diabetes Gestacional - Surge durante a gravidez e desaparece, habitualmente, quando concluído o período de gestação. No entanto, é fundamental que as grávidas diabéticas tomem medidas de precaução para evitar que a diabetes do tipo 2 se instale mais tarde no seu organismo.

A diabetes gestacional requer muita atenção, sendo fundamental que, depois de detectada a hiperglicemia, seja corrigida com a adopção duma dieta apropriada.

Quais são os sintomas?

Nos adultos - A diabetes é, geralmente, do tipo 2 e manifesta-se através dos seguintes sintomas:

Urinar em grande quantidade e muitas mais vezes, especialmente durante a noite (poliúria);
Sede constante e intensa (polidipsia);
Fome constante e difícil de saciar (polifagia);
Fadiga;
Comichão (prurido) no corpo, designadamente nos órgãos genitais;
Visão turva.

Nas crianças e jovens - A diabetes é quase sempre do tipo 1 e aparece de maneira súbita, sendo os sintomas muito nítidos. Entre eles encontram-se:
Urinar muito, podendo voltar a urinar na cama;
Ter muita sede;
Emagrecer rapidamente;
Grande fadiga, associada a dores musculares intensas;
Comer muito sem nada aproveitar;
Dores de cabeça, náuseas e vómitos.

Como prevenir a diabetes?

Controlo rigoroso da glicemia, da tensão arterial e dos lípidos;
Vigilância dos órgãos mais sensíveis, como a retina, rim, coração, nervos periféricos, entre outros;
Bons hábitos alimentares;
Prática de exercício físico;
Não fumar;
Cuidar da higiene e vigilância dos pés.

Fonte: Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal